segunda-feira, 27 de julho de 2020

LIÇÃO 9 - A RESTAURAÇÃO DA IGREJA




LIÇÃO

A RESTAURAÇÃO DA IGREJA
DO NOVO TESTAMENTO

VÍDEO 1


VÍDEO 2


VÍDEO 3




       Nas lições precedentes, aprendemos que a Bíblia deve ser a nossa única autoridade em religião e que a igreja de Cristo nos tempos do Novo Testamento seguia a palavra de Deus como sua única autoridade.
A última lição nos apresentou um quadro da igreja como uma realidade já estabelecida e organizada. As igrejas fiéis seguiam cuidadosamente os ensinamentos de Cristo. Mas, infelizmente, não podemos terminar aqui a história. Mesmo antes de encerrar-se o período do Novo Testamento (33 d.C. - 100 d.C.),foi profetizado um afastamento ou desvio da verdade (apostasia).

I. PROFETIZADA A APOSTASIA DA IGREJA

          Em seu ministério pessoal, Jesus previu a apostasia: “Levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos” (Mateus 24:11).
O Espírito Santo fez Paulo profetizar o desvio: “Eu sei que, depois de minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles” (Atos 20:29-30).
Paulo também disse: “Ninguém de nenhum modo vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia, e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição” (2 Tessalonicenses 2:3), e acrescentou: “Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé” (1 Timóteo 4:1).
Outras Escrituras contêm afirmações semelhantes sobre o afastamento ou desvio. As poucas passagens citadas acima permitirão ao leitor verificar que a igreja iria entrar em luta aberta com os falsos mestres.
           Ao fechar-se a cortina no fim do primeiro século, as forças do mal já se achavam operando para fazer surgir falsos mestres e uma igreja apóstata (2 Tessalonicenses 2:7 e 2 João 7). A fim de dar ao leitor uma ideia do que aconteceu quando os homens se desviaram da verdade, apresentamos a seguir alguns elementos da apostasia.

II. CUMPRIDAS AS PROFECIAS SOBRE A IGREJA APÓSTATA

          Uma das primeiras inovações introduzidas na igreja foi a modificação gradual da sua organização. Lembre-se de que as igrejas no livro de Atos tinham cada uma vários presbíteros e todos eles ocupavam posições iguais (Atos 14:23). Estes presbíteros eram chamados também de bispos (Tito 1:5-7) e só exerciam autoridade sobre a igreja onde prestavam serviço. Cristo era o único bispo-chefe ou supremo pastor sobre todas as igrejas (1 Pedro 5:4).
           No segundo e terceiro séculos foi-se desenvolvendo a ideia de um cargo isolado e superior para o presbítero em cada congregação. Foi dado o nome de “bispo” ao ocupante desse cargo mais elevado, num sentido diferente daquele usado em Tito 1:5-7 para indicar todos os presbíteros. Depois desta inovação, a organização da igreja passou a apresentar-se conforme ilustrado no diagrama seguinte. Enquanto no começo vários bispos dirigiam cada igreja local; agora só havia UM BISPO em cada congregação.
      Outra adaptação foi feita mais tarde na organização da igreja e o bispo passou a chefiar diversas igrejascompreendidas numa determinada zona. Por exemplo, o bispo da igreja de Antioquia não representava apenas a autoridade superior dentro daquela igreja, mas também exercia autoridade sobre outras situadas nas vizinhanças de Antioquia.

O PODER DOS BISPOS

          O poder dos bispos, entretanto, ainda continuava equivalente. Isto é, o poder do bispo de Roma, por exemplo, não era maior do que o de Antioquia. Mas, algum tempo depois eles começaram a ter posições que variavam de acordo com a importância das áreas sobre as quais exerciam autoridade.
          Os bispos da cidade ou metropolitanos prestavam serviço nas capitais de certas províncias. Os bispos das igrejas em Alexandria, Jerusalém, Roma, Antioquia e Constantinopla tornaram-se mais poderosos e se transformaram em patriarcas da mesma categoria. Em uma carta a Eulógio, bispo de Alexandria, Gregório I, bispo de Roma, afirmou que a Sé de Pedro “em três lugares é a Sé de um”, frisando que estes três locais onde existia a Sé de Pedro eram Alexandria, Antioquia e Roma. Acrescentando ainda: “Desde então é a Sé de um, e uma Sé sobre qual três bispos atualmente presidem por autoridade divina”. Fica evidente que Gregório, mais tarde declarado Papa e Santo pela Igreja Católica, não considerava o patriarca de Roma como sendo mais poderoso que os outros patriarcas.
Surgiu entretanto, uma grande rivalidade entre os bispos de Roma e Constantinopla, e quando o patriarca de Constantinopla, João “o jejuador”, começou a chamar-se de 'bispo universal”, Gregório I, o patriarca de Roma, acusou-o de usar um título profano, arrogante e perverso. Bonifácio III, o sucessor de Gregório, não levantou aparentemente as mesmas objeções e conta-se que assumiu publicamente esse título em 606 d.C.
Nos séculos que se seguiram, a autoridade papal foi aumentando até que nos tempos modernos (1870 d.C.) o papa veio a ser considerado infalível pelo Concílio Vaticano.
           A organização da igreja do primeiro século não incluía este cargo. A hierarquia e o papado do catolicismo romano são portanto, o resultado de séculos de afastamentos graduais do plano de organização da igreja descrito no Novo Testamento.
Vamos agora voltar a nossa atenção para algumas modificações na doutrina da igreja. Na realidade, a apostasia já se iniciara antes do término da Era do Novo Testamento (2 Tessalonicenses 2:7).
Leia mais sobre a Apostasia e as Mudanças que ocorreram na igreja no passar dos séculos: 


O SACERDÓCIO
           Segundo o Novo Testamento, todos os cristãos são sacerdotes (1 Pedro 2:5,9 e Apocalipse 1:6). Um estudo cuidadoso do livro de 1 Pedro mostrará que o apóstolo escreveu a todos os cristãos (esposas, servos, bispos), reconhecendo todas estas pessoas como sacerdotes. Elas constituiam um “sacerdócio real”.

        Os chefes ou oficiais da igreja passaram mais tarde a fazer-se chamar de sacerdotes especiais. Formaram-se então duas classes: o clero (os sacerdotes) e os leigos (os outros membros), acentuando-se progressivamente o afastamento da organização original, bíblica.

MARIA, A MÃE DE JESUS
           A posição de Maria é exclusiva porque foi por seu intermédio que o Filho de Deus, Jesus, entrou no mundo e recebeu sua condição humana. 

          A posição de Maria como mãe de Jesus deu lugar a muitas discussões nos séculos que se seguiram. Existem hoje inúmeras doutrinas que se desenvolveram em torno dela, como por exemplo as da Imaculada Conceição, virgindade Perpétua e Ascenção Corpórea aos Céus.

Estamos dando abaixo todas as referências a Maria contidas no Novo Testamento. Estes versículos revelam que as doutrinas exaltando Maria não têm base nas Escrituras. Por exemplo, a Bíblia dá o nome dos irmãos de Jesus e também menciona suas irmãs, ficando assim subtendido que Maria não permaneceu virgem perpétua. E isso de forma nenhuma significava uma ofensa a sua santidade, antes Maria foi uma santa mulher de Deus até a sua morte.
Pedimos estudar as seguintes passagens; todos as citações no Novo Testamento sobre Maria, a bem-aventurada e mãe de jesus: - os capítulos estão sublinhados e sempre após dois pontos, os que vem após são os versículos:
Mateus 1:16, 18-25; 2:11, 13-14, 20-21; 12:46-50; 13:55-56;
Marcos 3:31-35; 6:3;
Lucas 1:27-56; 2:5-7,16,19,22,27,33,39,41-51; 8:19-21; 11:27-28;
João 2:1-10,12; 6:42; 19:25-27
Atos 1:14

          Essas escrituras que acabamos de citar fazem qualquer referência à imaculada conceição de Maria, à sua virgindade perpétua, ou à sua ascensão corpórea ao Céu? 
O silêncio da Bíblia no que diz respeito a essas doutrinas mostra que elas não vieram de Deus. De fato, a exaltação de Maria acima dos outros cristãos foi expressamente negada por Jesus. Quando uma certa mulher disse a Ele:
Bem-aventurada aquela que te concebeu e os seios que te amamentaram!
A resposta inspirada de Jesus foi:
Antes bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam” (Lucas 11:27-28).
Pelas declarações de Jesus, aprendemos então, sem qualquer sombra de dúvida, que Maria é tão abençoada e bem-aventurada quanto o mais humilde dos cristãos obedientes e também profetas da era bíblica.
Visto que as doutrinas sobre Maria não vieram de Deus, é evidente que têm origem humana e portanto são condenadas por Jesus (Mateus 15:9).

O CASAMENTO

           O casamento era opcional no Novo Testamento. Paulo declarou que por causa da perseguição seria melhor que alguns cristãos permanecessem solteiros (1 Coríntios 7), acrescentando porém que toda pessoa, inclusive os apóstolos, tinham o direito de casar-se (1 Coríntios 7:2; 9:5). Paulo considerava tanto o casamento que o comparou à relação que existe entre Cristo e a igreja (Efésios 5:22-25). Em Hebreus 13:4 lemos: “Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula...”

O CELIBATO

           O celibato (o estado civil de solteiro) foi recomendado depois do primeiro século, mas continuava ainda opcional. Com o passardo tempo uma pressão cada vez maior foi exercida para forçar o clero a uma vida celibatária. O casamento dos sacerdotes foi finalmente proibido, afirmando-se ser esta uma ordem revestida de autoridade eclesiástica universal, pelo menos no ocidente. De fato, enquanto Paulo dissera em 1 Timóteo 3:2 que o bispo deve ser marido de uma só esposa, a igreja já desviada chegou ao ponto de afirmar que ele não pode ter esposa alguma. Dessa forma, a profecia de Paulo em 1 Timóteo 4:1-3 cumpriu-se:
Ora, o Espírito afirma expressamente que nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé... proíbem o casamento...”
Por volta do ano 606 d.C., a igreja desviada se afastara por completo da doutrina original, deixando de ser a igreja de Cristo.

III. ESFORÇOS PARA REFORMAR A IGREJA DESVIADA

             A história mostra que diferentes grupos tentaram reformar a igreja apóstata através dos anos. Em 1.500 d.C. aproximadamente, o mundo estava exigindo uma reforma religiosa. Homens como Martinho Lutero, João Knox, UlrichZwinglio e João Calvino, quase simultaneamente em várias partes da Europa, se projetaram no cenário do pensamento religioso, tentando reformar a igreja desviada, apóstata.


            Depois da morte destes grandes reformadores, seus seguidores deixaram de continuar procurando a verdade da palavra de Deus, tendo aceito como definitivas as conclusões de seus mestres. Assim sendo, em lugar de alcançarem a unidade da igreja do Novo Testamento, eles acabaram fundando igrejas diferentes entre si. A lista abaixo á as datas aproximadas em que tiveram início algumas das igrejas mais conhecidas. (Essa lista é apenas um pequeno resumo)

Ano 33 d.C. - A IGREJA -
( Entre 110 d.C. e 606 d.C. a igreja sofre um afastamento gradual da doutrina)

- 606 d.C. - Igreja Católica Romana (com a oficialização do Papa)

- Por volta de 1.500 d.C.(a Reforma e o desenvolvimento das denominações)
- 1530 – Luterana
- 1536 – Presbiteriana
- 1536 – Anglicana
- 1550 – Batista
- 1738 – Metodista
- 1830 – Mórmom
- 1844 – Adventista do 7º Dia
- 1884 – Testemunhas de Jeová
- 1885 – Movimento Pentecostal

            Os seguidores de Lutero se tornaram luteranos; os de Calvino, presbiterianos; em 1738, os discípulos de João Wesley se fizeram chamar de metodistas, formando a igreja Metodista. A igreja Batista começou cerca do ano 1550... E assim em sido a história da cristandade a partir do século I. Todos os anos aparecem mais e mais igrejas, provocando ainda maior confusão para os que desejam sinceramente saber qual a igreja realmente certa.


IV. PODEMOS RESTAURAR A IGREJA DO NOVO TESTAMENTO

         Seria ótimo se houvesse apenas uma igreja, e se esta seguisse a Bíblia como seu único guia religioso.
Possuídos desta nobre ideia, homens de todas as partes do mundo estão abandonando as doutrinas humanas e examinando a Bíblia a fim de aprender qual a vontade de Deus.
Estes homens abandonaram a ideia de reformar a religião corrupta e dedicam-se agora à restauração da igreja original exatamente como foi edificada por Jesus. (2 Coríntios 6:17 e 2 João 10-11).


        Mas, como será isso possível?

          Em Lucas 8:4-15, Jesus conta a parábola do semeador que semeava sementes em vários tipos de solo. Uns eram produtivos e outros improdutivos. Jesus explicou a parábola dizendo: “A semente é a palavra de Deus”. Isto mesmo, A palavra de Deus é a semente (1 Pedro 1:23). Quando plantada num coração perverso, o resultado é pouco ou nenhum, mas quando plantada num coração bom e sincero, a colheita é farta.


         Observe algumas das características da semente. A semente de maçã sempre produz maçãs. A de melancia dá melancias. Os seres vivos reproduzem-se segundo suas próprias espécies. A semente de um ser humano faz surgir outro ser humano. Não há exceções. Trata-se de uma lei da natureza.
          Outra qualidade da semente é continuar reproduzindo-se de acordo com a sua própria espécie por mais que o tempo passe. Alguém contou que sementes de trigo retiradas de uma pirâmide egípcia de milhares de anos de idade foram plantadas na terra. Naturalmente, essas sementes produziram na idade moderna a mesma planta que tinham produzido há muito tempo: o trigo.
         No primeiro século, a palavra de Deus produziu cristãos (Atos 11:26). A palavra de Deus é uma semente viva (1 Pedro 1:23-26) e visto que ela produziu cristãos no primeiro século, a mesma semente produzirá o mesmo fruto no século XX. A palavra de Deus jamais produziu com um nome dado pelo homem. 


         Os cristãos reunidos em congregação eram chamados “igrejas de Cristo” (Romanos 16:16). A palavra de Deus produziu então um corpo não-sectário, uma igreja sem seitas diferentes. A aceitação de qualquer outra autoridade além da Bíblia (manuais religiosos, credos, concílios, profetas modernos, etc) produz igrejas e nomes sectários. Ao obedecermos a mesma Palavra seguida pela igreja do primeiro século, as pessoas religiosas de hoje podem conseguir a mesma unidade que existia naquela igreja: a mesma doutrina, o mesmo amor, o mesmo nome, as mesmas exigências para ingresso, a mesma organizaçãoe o mesmo tipo de culto.

CONCLUSÃO

         Do nosso ponto privilegiado na história, podemos ver de relance todo o passado e também o presente, verificando que as previsões de uma apostasia eram verdadeiras e foram confirmadas.

         O movimento da Reforma, embora tenha contribuído para a volta à Bíblia, não conseguiu restaurar a simplicidade e a unidade da igreja do Novo Testamento.

Na verdade, algumas das igrejas que surgiram no Movimento da Reforma estão atualmente seguindo um curso que, ao que tudo indica, as levará de volta à igreja apóstata que tentaram reformar.

         Devemos alegrar-nos, porque podemos escolher uma igreja que não é nem a reformada nem a desviada (apóstata).
Podemos ser cristãos e cristãos somente, membros da igreja de Cristo. A igreja pode ser restaurada exatamente como Cristo a edificou, participando de um cristianismo sem seitas ou denominações religiosas. Podemos ser membros de uma igreja que não é nem católica, nem protestante, nem judia. Não é uma denominação, não usando o nome de homem ou credo algum. Seu único livro de princípios e de orientação é a Bíblia. As exigências de ingresso são aquelas que Deus estabeleceu no Novo Testamento.

           O objetivo de todo seguidor fiel de Jesus Cristo deve ser a restauração da igreja edificada por Jesus. Homens e mulheres de bom coração estão diariamente abandonando denominações religiosas para se dedicarem à restauração da igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Estudiosos da Bíblia em todo o mundo, estão restaurando a igreja do Senhor à medida que vão aprendendo e obedecendo a mensagem de Deus revelada no Novo Testamento. 
           Há muitas pessoas em várias partes do mundo que, sem a ajuda de um pregador, já começaram o movimento de restauração nas cidades em que moram. Você também pode participar do movimento de volta à Bíblia, se aceitar a partir de hoje a mesma como seu único guia em assuntos religiosos. Nas questões em que os ensinamentos de sua igreja forem diferentes da Bíblia,deixe de lado as doutrinas humanas e se apegue à palavra de Deus. Lembre-se que Pedro e João disseram: “Antes importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29).
          Esse tipo de obediência é extremamente importante porque Jesus voltará de novo para recompensar os bons e os justos e castigar os perversos. Estudaremos melhor esse ponto em nossa próxima lição.





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